Carta aberta dos médicos e profissionais de saúde a todas as autoridades belgas e a todos os media belgas.
5 de Setembro de 2020
Nós, médicos e profissionais de saúde, desejamos expressar a nossa séria preocupação acerca da evolução da situação nos últimos meses, no que respeita ao surto do vírus SARS-CoV-2. Nós apelamos aos políticos que se informem de forma crítica e independente no processo de tomada de decisões assim como na implementação de medidas obrigatórias. Nós apelamos a um debate aberto, no qual todos os experts estejam representados sem qualquer forma de censura. Após o pânico inicial em torno da covid-19, os factos objectivos mostram agora um quadro completamente diferente – já não existe justificação médica para qualquer política de emergência.
A actual gestão da crise tornou-se totalmente desproporcional e causa mais danos do que produz benefício.
Nós apelamos ao término de todas as medidas e solicitamos a imediata reposição da nossa administração democrática e das estruturas legais normais, assim como de todas as nossas liberdades civis.
«A solução não pode ser pior do que o próprio problema» é uma tese que é mais relevante que nunca, na situação actual. Constatamos, no entanto, que os danos colaterais agora causados à população terão um maior impacto a curto e a longo prazo em todas as camadas da população, do que no número de pessoas atualmente protegidas. Na nossa opinião, as actuais medidas adotadas e as penalidades severas para o não cumprimento das mesmas vão contra os valores formulados pelo Conseil Supérieur de la Santé belga, o qual até recentemente, como autoridade de saúde, sempre assegurou medicina de qualidade no nosso país: “Ciência – Expertise – Qualidade – Imparcialidade – Independência – Transparência”. 1
Nós acreditamos que tais políticas introduziram medidas obrigatórias que não estão suficientemente fundamentadas na ciência, decididas unilateralmente, e que não existe espaço adequado nos media para um debate aberto no qual diferentes perspetivas e opiniões sejam ouvidas. Para mais, cada municipio e provincia, tem agora autorização para acrescentar as suas próprias medidas, bem fundamentadas ou não.
Além disso, estas políticas repressivas e rigorosas a respeito da Covid-19 contrastam fortemente com as políticas minimalistas praticadas até aqui, no que respeita à prevenção de doenças, ao reforço do próprio sistema imunitário através de um estilo de vida saudável, cuidado adequado com atenção para o indivíduo e investimento em profissionais de saúde.2
O conceito de saúde
Em 1948, a OMS definiu saúde desta forma: ‘Saúde é um estado de total bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou outras incapacidades físicas’.3
Saúde, portanto, é um conceito amplo que vai além do físico e que se refere também ao bem-estar emocional e social do indivíduo. A Bélgica também tem o dever, uma vez que é aderente aos direitos humanos fundamentais, de incluir esses direitos humanos no processo de tomada de decisões no que se refere a medidas tomadas no contexto da saúde pública. 4
As medidas globais atuais para combater a SARS-CoV-2 violam significativamente essa visão de saúde e direitos humanos. Essas medidas incluem o uso obrigatório de máscara respiratória (também ao ar livre, como durante atividades desportivas, e em alguns municípios mesmo quando não haja outras pessoas por perto), distanciamento físico, isolamento social, quarentena obrigatória para certos grupos e medidas de higiene.
A pandemia prevista com milhões de mortes
No início da pandemia, as medidas eram compreensíveis e amplamente apoiadas, embora houvesse diferenças de implementação com os países ao nosso redor. A OMS reportou em Março que a taxa de mortalidade entre os casos registados de Covid-19 era de 3,4%. Milhões de mortes foram portanto previstas, assim como um vírus extremamente contagioso para o qual nenhum tratamento ou vacina estavam disponíveis. Isso colocaria uma pressão sem precedentes nas unidades de cuidados intensivos (UCI) dos nossos hospitais.
Isso levou a uma situação de alarme global, sem precedentes na história da humanidade: “achatar a curva” traduziu-se num bloqueio que paralisou toda a sociedade e a economia, colocando em quarentena pessoas saudáveis. O distanciamento social tornou-se o novo normal enquanto se espera por uma vacina.
Os factos sobre a Covid-19
Gradualmente, muitas fontes soaram o alarme: os factos objetivos revelaram uma situação completamente diferente. 5 6
A propagação do Covid-19 seguiu o curso de uma onda normal de infeção, semelhante à da gripe sazonal. Como todos os anos, vemos uma mistura de vírus da gripe seguir a curva: primeiro o rinovírus, depois os vírus da gripe A e B e depois, os coronavírus. Não há nada que se afaste do que vemos normalmente.
O uso do teste PCR não específico, o qual produz muitos falsos positivos, criou um quadro exponencial. Este teste foi feito às pressas com um procedimento de emergência e nunca foi testado seriamente por qualquer entidade. O fabricante advertiu expressamente que este teste é próprio para pesquisa e não adequado para diagnóstico.7
O teste PCR funciona com ciclos de amplificação de material genético – um pedaço do genoma é amplificado a cada vez. Qualquer contaminação (por exemplo, outros vírus, fragmentos do genoma de um vírus antigo) pode potencialmente resultar num falso positivo.8
O teste não mede quantos vírus estão presentes na amostra. Uma infecção viral real significa uma presença massiva de vírus, a chamada carga de vírus. Se o resultado de um teste for positivo, isso não significa que essa pessoa esteja clinicamente infetada, doente ou que vá ficar doente. O postulado de Koch não foi cumprido (“O agente puro encontrado num paciente com queixas pode provocar as mesmas queixas numa pessoa saudável”). Uma vez que um teste de PCR positivo não indica automaticamente infecção ativa ou infectividade, esse resultado não justifica as medidas sociais tomadas, as quais se baseiam unicamente nesses testes. 9 10
Confinamento.
Se compararmos as ondas de infeção em países com política de confinamento rígida com as de países que não o impuseram (Suécia, Islândia, etc.), observamos curvas semelhantes. Portanto, não há relação entre o confinamento imposto e a progressão da infecção. O confinamento não resultou numa queda da taxa de mortalidade.
Se atendermos à data de implementação dos confinamentos obrigatórios, vemos que os confinamentos foram postos em prática só depois que o pico da taxa de replicação do vírus havia terminado e estava em diminuição. Por conseguinte, a diminuição não pode ser um resultado das medidas tomadas. 11
Como em cada ano, parece que as condições climáticas (clima, temperatura e humidade) e a crescente imunidade têm maior probabilidade de reduzir a onda de infecção.
O nosso sistema imunitário
Por milhares de anos, o corpo humano foi exposto diariamente à humidade e a gotículas portadoras de microorganismos infecciosos (vírus, bactérias e fungos).
A penetração desses microrganismos é impedida por um avançado mecanismo de defesa: o sistema imunitário. Um forte sistema imunitário depende da exposição diária normal a essas influências microbianas. Medidas de higiene excessivas têm um efeito prejudicial na nossa imunidade. 12 13 Apenas pessoas com um sistema imunitário fraco ou debilitado devem ser protegidas por uma higiene forte ou por distanciamento social.
A gripe reaparecerá no outono (em combinação com a Covid-19) e uma eventual diminuição das defesas naturais pode levar a ainda mais vítimas.
O nosso sistema imunitário é composto de duas partes: um sistema imunitário congênito não específico e um sistema imunitário adaptativo.
O sistema imunitário não específico forma uma primeira barreira: pele, saliva, suco gástrico, muco intestinal, células ciliadas vibráteis, flora comensal… e impede a fixação de microorganismos aos tecidos. Caso se fixem ainda assim, os macrófagos podem causar o encapsulamento e a destruição dos microorganismos.
O sistema imunitário adaptativo inclui imunidade mucosa (anticorpos IgA, produzidos principalmente por células do intestino e epitélio pulmonar), imunidade celular (ativação de células T), que podem ser geradas em contato com substâncias estranhas ou microrganismos, e imunidade humoral (anticorpos IgM e IgG produzidos por células B).
Estudos recentes mostram que os dois sistemas estão fortemente interligados.
Parece que a maioria das pessoas já tem imunidade congênita ou sistêmica a, por exemplo, gripe e outros vírus. Isso é confirmado pelas descobertas feitas no navio de cruzeiro Diamond Princess, que foi colocado de quarentena por causa de alguns passageiros que morreram de Covid-19. A maioria dos passageiros era idosa e encontrava-se numa situação de transmissão ideal no navio. No entanto, 75% deles não estavam infetados. Portanto, mesmo nesse grupo de alto risco, a maioria é resistente ao virus.
Um estudo publicado na revista Cell mostra que a maioria das pessoas neutraliza o coronavírus com imunidade mucosa (IgA) e celular (linfócito T), enquanto mostra poucos ou nenhuns sintomass 14.
Os cientistas puderam constatar até 60% de reatividade das células T SARS-Cov-2 CD4 numa população não infetada, sugerindo reações cruzadas com outros vírus da constipação/resfriado comum (corona).15
Assim, a maioria das pessoas já possui imunidade congênita ou cruzada porque já esteve em contacto com variantes do mesmo vírus.
A formação de anticorpos (IgM e IgG) pelas células B ocupa uma parte relativamente pequena do nosso sistema imunitário. Isso pode explicar porque, com uma percentagem de anticorpos de 5-10%, pode já haver uma imunidade de grupo.
A eficácia das vacinas é avaliada pela presença ou ausência desses anticorpos. Esta é uma representação incorreta das coisas.
A maioria das pessoas com teste positivo (PCR) não tem queixas. O seu sistema imunológico é suficientemente forte.
O reforço da imunidade natural é uma abordagem muito mais lógica. A prevenção é um pilar importante e insuficientemente abordado: uma alimentação saudável e completa, o exercício ao ar livre sem máscara respiratória, a redução do stress e os contatos emocionais e sociais saudáveis.
As consequências do isolamento social na saúde física e mental
O isolamento social e os danos econômicos causaram o aumento da depressão, da ansiedade, dos suicídios, da violência doméstica e do abuso infantil.16
Estudos têm mostrado que quanto mais relacionamentos sociais e emocionais as pessoas têm, mais resistentes são aos vírus. Parece muito mais provável que o isolamento e a quarentena tenham consequências letais. 17
As medidas de isolamento também levaram à inatividade física de muitos idosos devido ao facto de serem forçados a permanecer em casa. No entanto, o exercício físico tem um efeito positivo no funcionamento cognitivo, reduzindo as queixas depressivas e a ansiedade, melhorando também a saúde física, os níveis de energia, o bem-estar e a qualidade de vida em geral.18
Está provado que a ansiedade, o stress persistente e a solidão induzidos pelo distanciamento social têm uma influência negativa na saúde – psicológica e geral. 19
Nenhum tratamento para um vírus extremamente contagioso que causa milhões de mortes?
A taxa de mortalidade efectiva é várias vezes menor do que o previsto e está próxima à da gripe sazonal normal (0,1-0,5%). 20
O número de mortes por corona registradas, então, ainda parece estar superestimado. Há uma diferença entre a morte por corona e a morte com corona. Os humanos são frequentemente portadores de vários vírus e bactérias potencialmente patogênicas em simultâneo. Tendo em conta o facto de que a maioria das pessoas que desenvolveram sintomas graves sofria de uma patologia adicional, não se pode simplesmente concluir que a infecção por corona foi a causa de morte. Frequentemente, as estatísticas não levam isso em conta.
Os grupos mais vulneráveis são claramente identificáveis. A grande maioria dos pacientes que morreram tinha 80 anos ou mais. A maioria (70%) dos que morreram com menos de 70 anos, apresentava uma doença de base, como problemas cardiovasculares, diabetes, doença pulmonar crônica ou obesidade. A grande maioria das pessoas infetadas (> 98%) não adoeceu, adoeceu ligeiramente ou recuperou espontaneamente.
Entretanto, existe uma terapia acessível, segura e eficaz para aqueles que apresentam sintomas graves da doença, na forma de HCQ (hidroxicloroquina), de zinco e de azitromicina. Aplicado atempadamente, permite a recuperação e, muitas vezes, evita a hospitalização. Perante isto, quase mais ninguém terá de morrer.
Esta terapia eficaz foi confirmada pela experiência clínica de colegas no terreno com resultados impressionantes que contrastam fortemente com as críticas teóricas (insuficientemente fundadas por estudos duplo-cegos) que, em alguns países (Holanda, por exemplo), levou mesmo à proibição desta terapia. Uma meta-análise publicada no The Lancet, que não poderia mostrar nenhum efeito da HCQ, foi retirada. As fontes de dados primárias usadas foram consideradas pouco fiáveis e dois dos três autores estavam em conflito de interesses. No entanto, a maioria das diretrizes fundamentadas neste estudo permaneceram inalteradas … 48 49
Colocamos sérias questões quanto a esta situação.
Nos Estados Unidos, um grupo de médicos que trabalham no terreno e atendem pacientes todos os dias, reuniu-se no “America’s Frontline Doctors” e deu uma conferência de imprensa que já foi vista vários milhões de vezes.21 51
O professor francês Didier Raoult, do Institut d’infectiologie de Marseille (IHU), também apresentou essa promissora combinação terapêutica em abril.
O médico holandês Rob Elens, que tratou vários pacientes no seu consultório com HCQ e zinco, apelou aos seus colegas que assinassem uma petição pela “liberdade de terapia”.22
A prova definitiva vem do seguimento epidemiológico na Suíça: taxa de mortalidade com esta terapia e sem ela.23
Pelas perturbantes imagens veículadas nos media de ARDS (síndrome de dificuldade respiratória aguda) nas quais pessoas sufocavam em agonia e foram colocadas em respiração artificial, sabemos agora que isto foi causado por uma reacção imunitária exagerada com coagulação intravascular nos vasos sanguíneos pulmonares. A administração de anticoagulantes e dexametasona e evitar a respiração artificial, que resultou em maiores danos ao tecido pulmonar, significa que esta temida complicação também deixou de ser fatal. 47
Portanto, esta não é uma doença mortal, trata-se de uma condição bem tratável.
Propagação
A propagação é feita por infecção por gotículas (apenas para pacientes que tossem ou espirram) e por aerossóis em quartos fechados e sem ventilação. Portanto, a contaminação não é possível ao ar livre. Rastreamento de contatos e estudos epidemiológicos mostram que pessoas saudáveis (ou portadores assintomáticos testados positivamente) são virtualmente incapazes de transmitir o vírus. Pessoas saudáveis, portanto, não colocam as outras em risco. 24 25
A transmissão por meio de objetos (por exemplo, dinheiro, compras ou carrinhos de compras) não foi cientificamente comprovada.26 27 28
Tudo isto põe seriamente em causa toda a política de distanciamento social e máscaras respiratórias obrigatórias para pessoas saudáveis – não há base científica para isso.
Máscaras respiratórias
As máscaras respiratórias têm o seu lugar no contato com grupos de risco confirmados ou pessoas que sofrem de distúrbios do trato respiratório superior e em contexto médico/ambiente hospitalar/lares de idosos. Eles reduzem o risco de infecção por gotículas provenientes de espirros ou tosse. Em pessoas saudáveis, as máscaras respiratórias são ineficazes contra a propagação de infecções virais. 29 30 31
A utilização de máscara não está livre de efeitos secundários. 32 33 Um défice de oxigênio pode causar dores de cabeça, náuseas, fadiga e diminuição da concentração muito rapidamente, um efeito semelhante à doença da altitude. Todos os dias, vemos agora pacientes com queixa de dores de cabeça, problemas de sinusite, problemas respiratórios e hiperventilação devidos ao uso de máscaras respiratórias. Além disso, o CO2 acumulado causa a acidificação tóxica do organismo, o que afeta nossa imunidade. Alguns especialistas alertam para o aumento da transmissão do vírus em caso de uso indevido.34
O nosso código do trabalho (Codex 6) faz referência a um conteúdo de CO2 (ventilação do local de trabalho) de 900 ppm, com um máximo de 1200 ppm em circunstâncias especiais. Depois de usar uma máscara por um minuto, esse limite tóxico é facilmente excedido em três a quatro vezes os valores máximos. Qualquer pessoa que use uma máscara está, portanto, numa sala extremamente mal ventilada! 35
O uso inadequado de máscaras respiratórias sem um histórico médico completo de exames cardiopulmonares não é recomendado por especialistas reconhecidos em segurança do trabalho. Os hospitais dispõem de um ambiente estéril nas suas salas de operação, onde os funcionários usam máscara e onde existe uma regulação precisa da humidade/temperatura, com um fluxo de oxigênio devidamente controlado para compensar isso, respeitando, portanto, padrões de segurança rigorosos. 36
Uma segunda onda de corona?
Fala-se actualmente de uma segunda onda na Bélgica, o que acarreta um reforço das medidas. Porém, olhando mais de perto os números do Sciensano 37, vemos que desde meados de julho o número de infecções aumentou, mas não houve aumento de internamentos ou de óbitos no decorrer deste período. Portanto, esta não é uma segunda onda, mas sim uma “epidemia de casos” (“casedemic” como se diz em inglês) devida ao aumento do número de testes. 50
Nas últimas semanas, o número de internamentos ou de óbitos aumentou (minimamente), mas para interpretá-lo temos que levar em consideração a onda de calor ocorrida. Além disso, a grande maioria das vítimas ainda está na faixa etária >75 anos. Isto indica que a proporção de medidas tomadas em relação à população ativa e aos jovens é desproporcional para os objetivos pretendidos. A grande maioria das pessoas “infetadas” e com teste positivo está na faixa etária ativa, que não desenvolve sintomas ou apresenta apenas sintomas ligeiros, graças a um sistema imunitário que funciona bem.
Então, nada mudou – o pico passou.
Reforçar uma política de prevenção
As medidas contra o coronavirus contrastam com a política até então mínima do governo, composta de medidas bem fundamentadas com benefícios comprovados para a saúde, como um imposto sobre o açúcar, a proibição de cigarros (eletrônicos) e tornar a alimentação saudável financeiramente atrativa e amplamente acessível, a atividade física e as redes de apoio social. Esta é uma oportunidade perdida para uma melhor política de prevenção que poderia ter conduzido a uma mudança de mentalidade em todos os segmentos da população com resultados claros em termos de saúde pública. Atualmente, apenas 3% do orçamento da saúde é dedicado à prevenção. 2
Juramento de Hipócrates
Como médicos, fizemos o Juramento de Hipócrates:
“Vou cuidar dos meus pacientes acima de tudo, vou promover a saúde deles e aliviar o seu sofrimento”.
“Vou informar os meus pacientes corretamente.”
“Mesmo sob pressão, não usarei meu conhecimento médico para práticas contrárias à humanidade.”
As medidas atuais forçam-nos a agir contra este juramento.
Outros profissionais de saúde têm um código semelhante.
Além disso, o “primum non nocere”, que constitui o ponto de partida de todos os médicos e profissionais de saúde, está comprometido pelas medidas em vigor e pela perspetiva da possível introdução de uma vacina generalizada que não seja submetida a testes preliminares aprofundados.
Vacina
Estudos sobre a vacinação contra a gripe mostram que em dez anos tivemos sucesso apenas três vezes no desenvolvimento de uma vacina com mais de 50% de eficácia. A vacinação dos nossos idosos parece ser ineficaz. Para aqueles com mais de 75 anos, a eficácia é quase inexistente.38
Devido à mutação natural incessante dos vírus, como também vemos a cada ano com o vírus da gripe, uma vacina é no máximo uma solução temporária, o que requer novas vacinas a cada vez. Uma vacina não testada, implementada por meio de um procedimento de emergência e para a qual os fabricantes já obtiveram imunidade legal em caso de danos potenciais, levanta sérias questões. 39 40 Não queremos usar os nossos pacientes como cobaias.
À escala gobal, estimamos que 700 000 casos de lesão ou morte em resultado da vacina são expectáveis.41
Quando 95% das pessoas praticamente não apresentam sintomas de Covid-19, a exposição a uma vacina não testada é um risco irresponsável.
O papel dos media e o plano de comunicação oficial
No decorrer dos últimos meses, jornais, rádio e televisão pareciam estar, de forma quase acritica ao lado do “grupo de experts” e do governo, quando é justamente a imprensa que deve ser crítica e prevenir comunicação unilateral por parte do governo. Isso levou a reportagens públicas nos nossos media que mais se assemelhavam a propaganda do que a reportagem objetiva.
Em nossa opinião, o jornalismo tem por tarefa apresentar as notícias da forma mais objetiva e neutra possível, com o objetivo de descobrir a verdade e controlar de forma crítica o poder, garantindo a especialistas com uma opinião diferente um fórum para se expressarem.
Esse ponto de vista encontra o seu apoio no código do jornalismo.42
A narrativa oficial segundo a qual o confinamento era necessário, que esta era a única solução possível e de que o confinamento era apoiado por todos, dificultou aos contestatários e aos experts a expressão de uma opinião diferente.
Opiniões alternativas foram ignoradas ou ridicularizadas. Não vimos debates abertos nos media, onde perspectivas diferentes pudessem estar presentes.
Também ficámos surpreendidos pelo facto de um grande número de vídeos e de artigos de muitos experts e autoridades científicas tenham sido e continuem sendo removidos das redes sociais. Acreditamos que isso não é próprio de um estado constitucional livre e democrático, nomeadamente por conduzir a uma visão estreita. Essa política também tem um efeito paralisante e alimenta o medo e a inquietude da sociedade. Neste contexto, rejeitamos a intenção de censura da dissidência na União Europeia! 43
A forma como o Covid-19 foi apresentado pela política e pelos media não contribuiu para melhorar a situação. Os termos de guerra eram comuns e não faltou uma linguagem de guerra. Falava-se frequentemente de uma “guerra” contra um “inimigo invisível” que era preciso “derrotar”. O uso pelos media de expressões como “heróis na linha da frente” e “vítimas do coronavírus” alimentou principalmente o medo, assim como a ideia de que estamos lidando com um “vírus mortal” à escala mundial.
O bombardeio continuado da população com números, dia após dia, hora após hora, sem qualquer interpretação, sem comparação com as mortes causadas pela gripe nos anos anteriores, sem comparação com mortes por outras causas, aterrorizou verdadeiramente a população. Não se trata de informação, mas de manipulação.
Deploramos o papel da OMS nesta área, a qual apelou para que a “infodemic” (isto é, a expressão de opiniões divergentes do discurso oficial, incluindo críticas de experts com perspectivas diferentes) fosse silenciada por uma censura sem precedentes nos media.43 44
Apelamos aos media que assumam a sua responsabilidade nesta matéria!!
Exigimos um debate aberto onde todos os experts sejam ouvidos.
Estado de Emergência versus Direitos Humanos
O princípio geral de boa conduta administrativa exige que a proporcionalidade das decisões públicas seja avaliada à luz de normas jurídicas superiores: qualquer interferência das autoridades públicas deve respeitar os direitos fundamentais protegidos pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH). A interferência das autoridades públicas só é permitida em situações de crise. Em outras palavras, as decisões discricionárias devem ser proporcionais a uma necessidade absoluta.
As medidas postas em prática dizem respeito à interferência, entre outros, no exercício do direito ao respeito pela vida privada e familiar, à liberdade de pensamento, consciência e religião, à liberdade de expressão e liberdade de reunião e associação, ao direito à educação, etc. e devem, portanto, respeitar os direitos fundamentais, conforme protegidos pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH).
Por exemplo, de acordo com o Artigo 8, parágrafo 2, da CEDH, a interferência no direito à vida privada e familiar somente é permitida quando as medidas sejam necessárias no interesse da segurança nacional, da segurança pública, do bem-estar econômico do país, da proteção da ordem pública e da prevenção de infrações penais, da proteção da saúde ou da proteção dos direitos e liberdades de terceiros, sendo que o texto regulamentar sobre o qual se rege a interferência deve ser suficientemente claro, previsível e proporcionado em relação aos objetivos pretendidos.45
A pandemia anunciada, com milhões de mortes, parecia responder a essas condições de crise, o que levou ao estabelecimento de um estado de emergência. Agora que está claro que não existe um estado de emergência, a justificação de incapacidade para agir de outra forma (sem tempo para avaliar minuciosamente porque há uma emergência) já não está presente. A Covid-19 não é uma doença mortal, mas uma doença bem tratável com mortalidade comparável à da gripe sazonal. Por outras palavras, já não existe um obstáculo intransponível para a saúde pública.
Não há um estado de emergência.
Imensos danos causados pelas políticas actuais
Uma discussão aberta sobre as medidas-corona significa que, para além dos anos de vida ganhos pelos doentes com corona, devemos levar em consideração outros fatores que afetam a saúde de toda a população. Isto inclui considerar danos no domínio psicossocial (aumento da depressão, ansiedade, suicídios, violência doméstica e abuso infantil)16 assim como danos económicos.
Se levarmos em conta esses danos colaterais, a política atual é desproporcional, ou como diz o ditado, é usar um canhão para matar uma mosca.
Consideramos chocante que o governo evoque a saúde como a razão para o estado de emergência.
Como médicos e profissionais de saúde, só podemos rejeitar essas medidas extremamente desproporcionais, face a um vírus que se aproxima da gripe sazonal em termos de nocividade, mortalidade e transmissibilidade.
- Portanto, nós exigimos a revogação imediata de todas as medidas.
- Questionamos a legitimidade dos actuais experts consultores, os quais reúnem a portas fechadas.
- Solicitamos também que uma comissão independente instaure um inquérito aprofundado às razões da continuidade de todas as medidas restritivas da liberdade, quando, entretanto, os números e os dados científicos mostraram claramente que não há nenhuma justificação médica para tal
- • Na sequência do ACU 2020 46 https://acu2020.org/nederlandse-versie/ nós apelamos a uma aprofundada análise do papel da OMS e a possível influência de conflitos de interesse nesta organização. Esta esteve também no cerne da luta contra a “infodemic”, ou seja, a censura sistemática de todas as opiniões divergentes. Para um estado de direito democrático, isso é inaceitável.43
Distribuição desta carta
Desta forma, gostaríamos de lançar um apelo público às nossas associações profissionais e aos nossos colegas prestadores de cuidados de saúde para que se pronunciem sobre as medidas em vigor.
Chamamos a atenção e pedimos uma discussão aberta em que os prestadores de cuidados possam e ousem falar.
Com esta carta aberta, enviamos o alerta de que continuar a política atual faz mais mal do que bem, e pedimos aos responsáveis políticos que se informem de forma independente e crítica sobre as evidências disponíveis – incluindo as de experts opostos, porquanto se fundamentem em ciência sólida – ao implementar políticas, com o objetivo de promover uma saúde óptima.
Inicialmente, esta carta destinava-se aos médicos belgas e aos profissionais de saúde/cidadãos belgas.
Contudo, cada vez mais colegas estrangeiros também reagiram e quiseram assinar a carta aberta. Os factos objetivamente apresentados e o nosso apelo ao fim imediato de todas as medidas parecem ultrapassar todas as fronteiras. Decidimos então, a certo ponto, abrir definitivamente a carta a todos os médicos – em todo o mundo – que estejam de acordo com o seu conteúdo.
Assim, a carta aberta torna-se um documento com suporte internacional que visa expor abertamente a falsa pandemia perpetuada pelos media e pelos governos de todo o mundo.
Com preocupação, esperança e a título pessoal.
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- standaard.be/preventie
- https://www.who.int/about/who-we-are/constitution
- https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/human-rights-and-health
- https://swprs.org/feiten-over-covid19/
- https://the-iceberg.net/
- https://www.creative-diagnostics.com/pdf/CD019RT.pdf
- President John Magufuli of Tanzania: “Even Papaya and Goats are Corona positive” https://www.youtube.com/watch?v=207HuOxltvI
- Open letter by biochemist Drs Mario Ortiz Martinez to the Dutch chamber https://www.gentechvrij.nl/2020/08/15/foute-interpretatie/
- Interview with Drs Mario Ortiz Martinez https://troo.tube/videos/watch/6ed900eb-7459-4a1b-93fd-b393069f4fcd?fbclid=IwAR1XrullC2qopJjgFxEgbSTBvh-4ZCuJa1VxkHTXEtYMEyGG3DsNwUdaatY
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